Adeus Morgane Alvaro: Por que o final do HPI é tão decepcionante
5,6 milhões de telespectadores assistiram à última temporada de Morgane Alvaro na TF1. Apesar de uma audiência de 31,7%, a chamada de cortina vermelha, apelidada de “Supernova”, deixa uma sensação de assunto inacabado: redes sociais em turbulência, fãs atordoados e críticas mistas. Por que esta quinta temporada, orquestrada como fogos de artifício, terminou em fracasso? Uma análise imediata e direta.HPI: Um final de “Supernova” que destrói expectativas
Desde a primeira cena, Morgane faz a prova oral para o exame policial, uma reviravolta que a atriz Audrey Fleurot disse querer evitar em 2021. Esse paradoxo intriga, depois perturba: a consultora rebelde de repente veste o uniforme azul-marinho “que não é da sua cor”, e sua orientação vacila. A narrativa fragmentada, entre uma sala de exames e uma investigação ultrassecreta sobre um satélite militar, aumenta a intriga, mas enfraquece a emoção. Quando o episódio se concentra na fuga de Karadec — pílulas para dormir, incêndio, alarme — a série abraça o absurdo absoluto que vem apregoando há cinco temporadas, correndo o risco de deixar o público de lado. Por que os fãs estão reclamando?Em X, as mensagens continuam chegando: “Que diabos é esse final?”, “Nem um beijo!”. O episódio 7, considerado intenso e romântico, havia reavivado as esperanças de um final feliz; o episódio 8, por outro lado, rejeita a ternura em favor de uma viagem surreal pelo México. O contraste gritante explica a frustração: é impossível digerir uma ruptura emocional tão grande em 42 minutos.
O outro ponto de discórdia está na cena fora da tela: Morgane e Karadec vão embora sem que vejamos as crianças, o time ou mesmo Lille. A falta de um loop global deixa o espectador se sentindo desolado, um pouco como os fãs de Lost em 2010, que de repente se perguntaram: “É por isso que assistimos a tudo aquilo?” Uma escolha consciente da TF1: permanecer fiel ao DNA de Morgane Nos bastidores, a criadora Alice Chegaray-Breugnot afirma um final que “não é dramático nem arrumado”. Para ela, trancar Morgane em um pavilhão com um cachorro e uma pérgula trairia a personagem. Daí o voo para o México, uma homenagem ao gosto da série pelas quebras de tom.
Audrey Fleurot
defende a mesma causa: “Esse casal não dura três meses”. A escolha radical do roteiro casa-se, portanto, com o caráter instável da heroína: enquanto ela respira o inesperado, HPI permanece HPI, mesmo em suas despedidas. Fantasia final real ou simples? Durante entrevista à RTBF, o showrunner abre a porta para a dúvida: o deserto mexicano só poderia ser uma projeção mental, como as alucinações vistas no início do episódio. Esta ambiguidade salva a coerência: se tudo é um sonho, não existe realmente nenhuma inconsistência.
As séries americanas praticam o exercício desde Dallas ou Sopranos; ver uma ficção francesa ousar usar esse borrão artístico é quase uma façanha. Os espectadores hesitam: desprezo brilhante ou simples pirueta?
Qual legado para Audrey Fleurot após a última temporada?
Parte do fenômeno, a atriz sai mais forte: 40 episódios em cinco anos, popularidade comparável à de Claire Danes depois de Homeland. Projetos de cinema à vista, rumores de uma unidade HPI no estilo Downton Abbey: a cortina talvez não seja definitiva.
Para TF1, a lição é dupla. Em primeiro lugar, uma série francesa pode durar cinco temporadas sem perder força, desde que assuma a sua identidade. Então, provocar às vezes é melhor do que tranquilizar: o debate acalorado em torno de “Supernova” prolonga a vida do HPI para além do seu último tiro na placa “THE END”.
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